A Geração Distribuída (GD) tem crescido em ritmo acelerado no Brasil, principalmente com a expansão da energia solar fotovoltaica. Esse avanço inicialmente pretendia descentralizar a matriz elétrica e trazer benefícios ambientais e econômicos. Mas junto com as oportunidades, surge também um desafio técnico: a inversão de fluxo. Um tema cada vez mais presente no dia a dia das distribuidoras, permissionárias e cooperativas.
O que é a inversão de fluxo?
A inversão de fluxo acontece quando a energia gerada localmente (por exemplo, em sistemas fotovoltaicos conectados à rede) é maior que o consumo da unidade. Nesse caso, a energia “volta” para a rede elétrica em direção contrária ao fluxo originalmente planejado.
Isso pode gerar impactos como:
- Sobretensão em transformadores e equipamentos.
- Atuação incorreta de proteções e religadores.
- Dificuldades na coordenação e estabilidade da rede de distribuição.
O que diz a ANEEL sobre o tema?
Pela Resolução Normativa nº 1.000/2021, a ANEEL determinou que distribuidoras realizem estudos técnicos de impacto sempre que houver solicitação de conexão de micro ou minigeração distribuída, justamente para avaliar o risco de inversão de fluxo.
Mais recentemente, a REN nº 1.098/2024 trouxe simplificações, dispensando esse estudo em 3 casos específicos:
- Sistemas Grid Zero – que não injetam energia na rede.
- GD compatível com consumo local – geração proporcional ao consumo simultâneo.
- Sistemas de até 7,5 kW (Fast Track) – destinados ao autoconsumo, sem excedente injetado.
Na prática, essas regras facilitam a conexão de pequenos sistemas residenciais ou comerciais, mas mantêm a obrigatoriedade de estudos técnicos para empreendimentos de maior porte — exatamente o cenário das cooperativas e distribuidoras.
Impacto
As cooperativas desempenham um papel estratégico na expansão da GD, especialmente em áreas rurais e comunidades afastadas. Porém, a rápida expansão da energia solar tem trazido um novo cenário: transformadores e alimentadores operando com risco frequente de fluxo reverso.
Esse contexto exige:
- Planejamento criterioso na conexão de novos sistemas de GD.
- Estudos de engenharia detalhados, muitas vezes complexos, antes da aprovação de projetos.
- Modernização da operação da rede, com monitoramento remoto, automação e ferramentas dinâmicas de controle de tensão e fluxo.
Para cooperativas, que tradicionalmente trabalham com recursos otimizados e grande proximidade com seus associados, esse desafio representa também uma oportunidade de elevar o nível tecnológico das operações e garantir mais confiabilidade.
Como se preparar?
O caminho está em unir tecnologia e gestão inteligente da rede. Algumas práticas fundamentais são:
- Monitoramento em tempo real para detectar inversão de fluxo.
- Automação de subestações e religadores para garantir proteção adequada.
- Soluções de gestão dinâmica para ajustar parâmetros operacionais diante do aumento da GD.
Conclusão
A inversão de fluxo é um desafio inevitável diante da rápida expansão da Geração Distribuída no Brasil. Para cooperativas e distribuidoras, isso significa investir em planejamento, automação e tecnologia para que a rede continue estável, segura e preparada para um cenário de geração cada vez mais descentralizado.
Na DWF, acompanhamos de perto essa realidade e acreditamos que, com as ferramentas certas, a Geração Distribuída pode ser não apenas um desafio, mas uma grande oportunidade de evolução para todo o setor.
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